Por Redação | em 29.02.2016 às 19h30
Em relatório recentemente publicado, o Google afirmou que um dos seus veículos autômatos em testes acabou por colidir no último dia 23 contra um carro do transporte público de Mountain View, na Califórnia (EUA). Não apenas isso: a companhia também não se furtou de certa responsabilidade pelo ocorrido – no que pode ser o primeiro caso de um acidente por falha do piloto automático desde que os carrinhos começaram a circular.
De acordo com o motorista a bordo do Lexus RX450h na hora do choque, o carro havia desviado de obstáculos na pista e, ao voltar para o centro, acabou por atingir a lateral direita do ônibus – causando apenas estragos menores e sem feridos. Em comunicado oficial, o Google afirmou que utilizará os dados levantados durante o incidente para atualizar o software dos veículos, minimizando assim as chances de novas ocorrências.
“Eu acreditei que o ônibus fosse diminuir”
Conforme contou o responsável no momento à agência de notícias Reuters, o carro trafegava a pouco mais de 3 quilômetros por hora no momento do acidente – enquanto o ônibus estava a cerca de 25 quilômetros por hora. Segundo o motorista, nenhuma ação foi tomada para impedir o desvio porque parecia que o motorista do coletivo esperaria o Lexus voltar para a pista, o que não aconteceu.
“Eu acreditei que o ônibus iria diminuir a velocidade ou permitir que o veículo [autômato] da Google passasse”, disse ele. Três segundos depois, o Lexus retornava ao centro da pista, batendo na lateral do ônibus – causando danos ao para-choque frontal esquerdo, à roda esquerda e ao sensor instalado no lado do motorista.
“Nós obviamente assumimos alguma responsabilidade, já que se o nosso carro não tivesse se movido, não teria havido colisão”, disse um porta-voz da Google em relatório publicado no último domingo (28). “Nosso motorista acreditou que haveria espaço suficiente para a manobra.
Nova diretiva: “Ônibus normalmente não param”
No mesmo texto o Google informa ainda que reviu tanto o acidente quanto “milhares de variações dele no nosso simulador, em detalhes, a fim de executar os refinamentos necessários em nosso software” - espécie de reeducação do sistema de piloto automático do Lexus.
A nota continua: “De agora em diante, nossos carros ‘compreenderão’ mais profundamente que ônibus (e outro veículos de grande porte) são menos propensos a desviar do que outros tipos de veículos – e nós esperamos poder lidar com situações assim de forma mais graciosa no futuro”. Pela primeira vez culpado? Até o momento, nenhum culpado do incidente foi determinado. Entretanto, lembrando o discurso anterior da Google de que seus Lexus autômatos jamais haviam tido a culpa em colisões anteriores, trata-se de um possível precedente bastante relevante.
Segundo a Reuters, nenhum boletim de ocorrência relacionado ao incidente foi protocolado. Já a porta-voz da empresa responsável pelo transporte publico de Mountain View, Stacey Hendler Ross, confirmou o acidente, embora não tenha detalhes adicionais. Enquanto isso, o Departamento de Veículos Automotores da Califórnia (DMV, na sigla em inglês) afirma que buscará o Google para obter novas informações – embora “A DMV não seja responsável por determinar culpados”. Assine nosso canal e saiba mais sobre tecnologia!
Seja como for, um precedente bastante delicado para a empresa. E isso, sobretudo, em um momento em que há tentativas de colocar nas ruas modelos sem volantes ou pedais, o que ainda é obrigatório pelas leis de trânsito da Califórnia. Em novembro do ano passado, a Google afirmou que, em seis anos de testes – e mais de 3,2 milhões de quilômetros rodados -, seus carros autodirigíveis haviam se envolvido em apenas 17 acidentes menores, sendo que “em nenhuma das vezes o veículo autômato foi responsável por causar o incidente”.
Matéria retirada do site:
Link encurtado: http://adf.ly/1XfVLh/diversos-temas
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