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quarta-feira, 16 de março de 2016

Dólar sobe para R$ 3,80 e Bolsa cai com confirmação de Lula na Casa Civil

EULINA OLIVEIRA

DE SÃO PAULO16/03/2016 13h07


O dólar segue em alta e a Bolsa recua nesta quarta-feira (16), em reação à confirmação de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá para a Casa Civil. Os investidores aguardam agora sinalizações sobre a condução da política econômica, que podem inclusive levar à saída de Alexandre Tombini da presidência do Banco Central.

Após o anúncio de que Lula integrará o governo Dilma Rousseff, o dólar, que chegou a atingir a cotação de R$ 3,85, agora é negociado na casa dos R$ 3,80. Há pouco, a moeda americana à vista tinha alta de 1,41%, a R$ 3,8037, e o dólar comercial ganhava 1,00%, para R$ 3,8020.

Em meio às incertezas, os juros futuros operam com sinais divergentes, e o CDS (credit default swaps), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, avança.

Os juros futuros caíam no curto prazo e subiam na ponta mais longa: o contrato de DI para janeiro de 2017 recuava de 13,870% na véspera para 13,740%; o contrato de DI para janeiro de 2021 avançava de 14,600% na sessão anterior para 14,720%. Já o CDS tinha alta de 2,77%, para 435,284 pontos.

O Ibovespa recuava 0,72%, aos 46.792,38 pontos, depois de ter caído 1,29% na mínima do pregão até agora. O índice é pressionado pelas ações do setor financeiro, mas a alta das ações da Petrobras e da Vale impede uma queda maior do índice.


POLÍTICA ECONÔMICA

"A confirmação de que Lula será ministro já estava em grande parte precificada pelo mercado", afirma Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos. "Mas continuam os temores em relação à adoção de medidas econômicas não ortodoxas e a uma possível saída de Tombini do BC", acrescenta.

Pereira diz que a percepção de risco é sentida principalmente pela forte queda de ações do setor financeiro. Itaú Unibanco PN caía 4,42%, Bradesco PN recuava 5,83%, mas Banco do Brasil ON, que já tinha perdido 21% na sessão anterior, subia 0,97% há pouco.

Uma das preocupações do mercado é de que o governo volte a estimular o consumo por meio do crédito, o que poderia aumentar a inadimplência.

"A mudança é muito malvista pelo mercado, uma vez que essa receita já se mostrou perdedora, inflacionária e recessiva no passado", observa o analista Vitor Suzaki, da Lerosa Investimentos. "O PT luta contra o relógio do impeachment, e a economia tem pouco tempo para se recuperar."

As ações da Petrobras e da Vale subiam por causa da valorização das commodities no mercado internacional nesta quarta-feira.

Petrobras PN tinha alta de 3,78%, a R$ 6,86, e Petrobras ON, +5,83%, a R$ 9,43. Em Londres, o petróleo Brent ganhava 3,56%, a US$ 40,12 o barril; nos EUA, o WTI avançava 3,91%, a US$ 37,76.

O petróleo sobe com a notícia de que países produtores de petróleo, incluindo membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no Golfo Pérsico, apoiariam a realização de um encontro em abril para discutir um congelamento dos níveis de produção mesmo se o Irã se negar a participar. Membros e não membros da organização deverão se reunir em Doha em 17 de abril.

Os papéis da Vale tinham alta de 2,88%, a R$ 9,97 (PNA) e de 3,11%, a R$ 13,90% (ON). Após seis sessões consecutivas de queda, o minério de ferro com entrega em Qindao, na China, subiu 1,30% nesta quarta-feira, a US$ 53,57 a tonelada.


EXTERIOR

Em Wall Street, os índices acionários operam perto da estabilidade, à espera da decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), nesta quarta-feira. O Dow Jones subia 0,11%, o S&P 500 ganhava 0,12% e o Nasdaq, +0,21%.

Na Europa, as Bolsas operavam sem direção definida: Londres (+0,73%); Paris (-0,03%); Frankfurt (+0,65%); Madri (-0,09%) e Milão (+0,15%).

As Bolsas chinesas fecharam em alta. O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, defendeu as políticas econômicas do governo, prometendo que não haverá demissões em massa e nenhum pouso forçado da segunda maior economia do mundo.

No restante da Ásia, os mercados tiveram pouca variação enquanto aguardavam a decisão de política monetária do Fed.





Matéria retirada do site: 

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