15/03/2016 - 17h11 | Atualizado em 15/03/2016 - 18h11
Desempenho dos últimos três pregões reduziu o ganho no mês para 10,13%
Foto: Georgina Garcia/Estadão Conteúdo
SÃO PAULO - A Bovespa fechou em forte queda nesta terça-feira, pressionada por notícias de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumirá um ministério no governo da presidente Dilma Rousseff, com as ações do Banco do Brasil encerrando o dia com o maior queda percentual em 20 anos.
O banco estatal, que vinha subindo com força neste mês, perdeu nesta sessão 13,5 bilhões de reais em valor de mercado.
O Ibovespa caiu 3,56 por cento, a 47.130 pontos, na segunda queda seguida, que reduziu o ganho acumulado no mês a 10,13 por cento. Até a última sexta-feira, o índice de referência do mercado acionário local acumulava alta de 16 por cento no mês.
O volume financeiro somou 8,29 bilhões de reais.
Para agentes financeiros, o retorno de Lula enfraqueceria o processo de impeachment de Dilma e possibilitaria sobrevida ao atual governo, o que preocupa, uma vez que os mesmos avaliam que a melhora das perspectivas econômicas passa por troca do governo.
Lula substituirá Ricardo Berzoini na Secretaria de Governo, mas com mais poderes, informou à Reuters nesta terça-feira uma fonte do Palácio do Planalto. O ex-presidente tem nesta terça-feira uma última conversa com Dilma para acertar o formato do trabalho que fará no governo.
Também repercutiram na sessão detalhes do acordo de delação premiada firmado pelo senador Delcídio do Amaral (MS) no âmbito da operação Lava Jato. Na delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e divulgada nesta terça-feira, o ex-líder do governo no Senado cita o ex-presidente Lula, a presidente Dilma, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, e também o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), entre outros políticos.
O pregão brasileiro ainda teve como pano de fundo o quadro externo desfavorável, com queda das commodities.
DESTAQUES
Banco do Brasil desabou 21,17 por cento, maior queda percentual desde março de 1996, perdendo 13,5 bilhões de reais em valor de mercado, por conta das incertezas na esfera política. Foi a segunda queda seguida dos papéis, que até sexta-feira acumulavam alta de quase 70 por cento no mês, em um dos melhores desempenhos do Ibovespa em março. Mesmo assim, o BB ainda acumula alta de cerca de 30 por cento no mês.
Petrobras fechou com as preferenciais em baixa de 10,68 por cento, também na esteira de apreensões ligadas ao cenário político e com o petróleo recuando pelo segundo dia. Os papéis da petroleira também acumulam ganhos fortes em março, de quase 30 por cento, mesmo com a perda nesta sessão.
Gerdau perdeu 10,04 por cento, em sessão negativa para o setor siderúrgico, com o prejuízo do grupo de 41 milhões de reais no quarto trimestre e o anúncio de cortes nos investimentos também em foco. USIMINAS caiu 15,68 por cento e CSN recuou 12,28 por cento. As ações do setor ainda lideram as altas do Ibovespa no acumulado do mês.
Copel recuou 9,11 por cento, pressionada por estimativas de sobra de energia em 2016, conforme a recessão e o aumento das tarifas desde o ano passado reduziram o consumo e deixaram as concessionárias sobrecontratadas.
Kroton Educacional recuou 3,23 por cento, contaminada pelo quadro negativo na Bovespa, mesmo após divulgar alta anual de 21,9 por cento no lucro líquido ajustado do quarto trimestre, para 408,8 milhões de reais, superando expectativas de analistas.
BR Malls caiu 8,19 por cento, após a administradora de shopping centers divulgar queda anual de 74 por cento no lucro do último trimestre de 2015, enquanto a receita líquida ficou estável e as despesas com vendas, gerais e administrativas caíram 18,3 por cento.
Suzano Papel e Celulose e Fibria subiram 8,31 e 7,6 por cento, entre as poucas altas do Ibovespa, tendo como pano de fundo a alta do dólar frente ao real e dados mostrando estabilidade nos preços de celulose na China.
Reuters
Matéria retirada do site:
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