Pesquisa diz que 45% dos brasileiros tiveram que repensar o valor do imóvel
Joyce Carla, do R7
Consumidores ainda sonham com a casa própria, mas procuram imóveis mais baratos por redução no valor do financiamentoRafael Neddermeyer/Fotos Públicas
O mercado imobiliário já está sentindo os reflexos da redução do limite de financiamento pela Caixa Econômica Federal para imóveis usados, que entrou em vigor em maio deste ano. Na prática, o consumidor precisa pagar à vista metade do valor do imóvel para conseguir o financiamento — antes dava para financiar até 80%.
Já era esperada uma redução na procura por esses imóveis, mas o que o mercado constatou foi uma tentativa dos consumidores de encontrar uma opção mais barata para comprar a casa própria.
Um levantamento do portal VivaReal, de anúncios de imóveis, mostrou que 45% dos entrevistados tiveram que repensar o valor do imóvel e estão pesquisando mais para encontrar uma alternativa mais em conta. Alguns consumidores foram ainda mais drásticos: 22% dos respondentes desistiram de procurar o imóvel ideal.
Jeanne Silva, de 37 anos, está no primeiro grupo. Ela e o marido moram em São Bernardo do Campo (SP) e estavam procurando um apartamento maior com área de lazer para se mudarem, mas tiveram que reduzir o valor esperado para não ter dificuldades com financiamento.
— Estávamos procurando um imóvel entre R$ 350 mil e R$ 400 mil. Agora, com a mudança no financiamento e o aumento das demissões, estamos pensando em procurar um imóvel de R$ 250 mil, mesmo que seja mais antigo. Nosso foco é o tamanho, área de serviço e área de lazer.
Ainda assim, um em cada quatro entrevistados (25%) disse que não alterou o plano e continua a buscar imóveis normalmente. Segundo o vice-presidente executivo do VivaReal, Lucas Vargas, “existia uma expectativa do mercado de que as pessoas desistiriam da compra e migrariam para o aluguel e que, consequentemente, o preço para essa operação aumentaria”.
— Contudo, o que percebemos é que as pessoas continuam em busca do sonho da casa própria, buscando primeiramente algumas alternativas para realizá-lo.
Custo-benefício
O presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), José Augusto Viana Neto, afirma que o imóvel usado tem vantagens em relação ao novo, como ser mais barato, mais espaço e melhor localizado, e que esses “fatores pesam quando se faz uma avaliação de custos-benefícios”.
— O aperto nos orçamentos domésticos deverá levar a uma revisão da estratégia de compra por parte das famílias. As restrições criadas para a compra da casa própria, como os juros e parcela de entrada maiores, podem levar muitas famílias a ficarem morando em suas casas alugadas ou procurarem opções mais baratas ou melhor localizadas.
Bancos
Quando questionados sobre quais bancos consideravam para fazer o financiamento do imóvel, 80% optaram pela Caixa Econômica Federal, 32% pelo Banco do Brasil e apenas 23% pelo Itaú, segundo a pesquisa do VivaReal.
Os levantamentos mensais feitos pelo Creci-SP, no entanto, mostram uma redução na procura pelo financiamento na Caixa e um aumento nos outros bancos (confira no quadro abaixo).
Texto retirado do site: http://noticias.r7.com/economia/maioria-dos-consumidores-repensa-compra-de-imovel-apos-mudanca-no-teto-do-financiamento-08072015
Link encurtado: http://adf.ly/1KSO5C
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