Maurício Renner
// segunda, 20/11/2017 12:14
A CTIS, uma das maiores empresas de tecnologia com foco em administração pública do país, foi um dos alvos da Operação Backbone da Polícia Federal, que investiga o pagamento de propinas por contratados na Caixa Econômica.
Sede da Caixa em Brasília. Foto: Divulgação.
A informação é da coluna Expresso da revista Época desta sexta-feira, 17.
Procurada, a CTIS afirma que "prestou toda a colaboração necessária ao órgão de investigação, entregando voluntariamente a documentação solicitada".
A companhia diz ainda ter "certeza de que não há qualquer irregularidade na prestação de seus serviços, os quais estão em plena execução".
A operação Backbone foi deflagrada na terça-feira, 14. De acordo com a Época, dos 10 mandados de busca e apreensão, oito envolviam empresas privadas. Até agora, só nome da CTIS veio a público.
De acordo com PF, empresas de tecnologia contratavam serviços fantasma de consultoria de um ex-funcionário da Caixa para ter acesso a contratos, totalizando desvios totais de R$ 385 milhões.
Segundo os investigadores, os empregados da Caixa e o sócio-administrador da empresa de consultoria maquiavam o crescimento de patrimônio com contratos de compra e venda de imóveis.
A CTIS foi adquirida em 2014 pela gigante de TI chilena Sonda, em um negócio de R$ 485 milhões.
Agora é ver o quanto da investigação pode respingar na Sonda. Na época da aquisição, foi dito que a CTIS permaneceria independente por até cinco anos.
O tempo de operação independente pode ter sido uma “vacina” da Sonda, uma vez que a CTIS fecha 90% dos seusnegócios com o setor público, uma área na qual esqueletos costumam sair dos armários com frequência.
Fundada há 30 anos, a empresa tem sedes em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e uma receita líquida de R$ 837 milhões em 2013.
Existem outras sete empresas sendo investigadas aí fora, em uma operação que tem tudo para deixar meio mercado de TI em pânico.
O banco estatal é um grande comprador de tecnologia e nos últimos anos fez alguns movimentos no sentido de contratar mais fornecedores privados.
A Microsoft, por exemplo, fechou por meio da sua revendedora Allen um contrato de R$ 144,4 milhões em 2015 para estações de trabalho e servidores.
Foi a segunda grande compra. A primeira foi em 2012, a Allen também fechou a venda de R$ 112,09 milhões em licenças da suíte de escritório Office, do serviço de e-mail Exchange, sistemas operacionais para servidores, soluções de comunicação Lync, Sharepoint, bancos de dados SQL e um longo etc.
Todo o dinheiro gasto com a Microsoft empalidece frente a um contrato de R$ 518 milhões em três anos com a SAP, através do qual o banco decidiu consolidar 80 sistemas legados usando a aplicação da SAP para core banking.
Para fechar a lista, a Caixa adquiriu 22% da então CPM Braxis Capgemini (hoje a marca brasileira sumiu do nome, ficando só a da gigante francesa) por R$ 321 milhões.
Parte do acordo era que a CEF se comprometeria a usar a multinacional francesa como seu fornecedor preferencial de tecnologia pelos próximos 10 anos.
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