AUTÔNOMOS
Freelancer: um estilo de vida
Sem carteira assinada, profissionais conseguem se manter com freelas trabalhando com o que gostam
Aubrey Monteiro diz não se imaginar com um trabalho formal
Rafael Sete se sente realizado atuando como ilustrador freelancer
PUBLICADO EM 06/03/16 - 03h00
RENATA ABRITTA
Trabalhar exclusivamente com o que dá prazer é o sonho de muita gente, mas poucos têm a coragem e a disposição necessárias para abandonar um emprego fixo e construir sua própria carreira como freelancer. Trocar o certo pelo instável tem seu preço, mas muitos que fizeram essa opção acreditam que valeu a pena.
É o caso do ilustrador Rafael Sete, 29, que há 15 anos faz trabalhos de forma autônoma. Nos primeiros anos, ele conciliava seus serviços particulares com um trabalho de carteira assinada. Em 2014, resolveu arriscar e trabalhar exclusivamente como freelancer. “Trabalho com o que mais amo fazer. Foi conhecendo alguns profissionais da área que percebi que o trabalho freelancer era o modelo que mais me atraía, pela sua natureza autônoma e alternativa. Então, em longo prazo, tracei um plano para chegar neste ponto e tenho confirmado, a cada dia, que essa foi a escolha certa”, afirma.
Mas se engana quem pensa que a rotina dele é tranquila. “Eu trabalho em um estúdio na minha casa, em média, 12 horas por dia, de segunda a sexta. Aos fins de semana, reduzo um pouco a carga horária”, diz. “Para mim, é muito prazeroso poder organizar o meu próprio local de trabalho, não necessitar enfrentar diariamente o trânsito e ter meus horários flexíveis. Isso me proporcionou mais qualidade de vida e melhor saúde. O trabalho freelancer é mais que uma profissão, é um estilo de vida. Acredito que as vantagens e as desvantagens variam pelo ponto de vista de cada um”, ressalta.
E variam mesmo. Se para Sete o trabalho em casa é mais prazeroso, para a produtora executiva de eventos corporativos, Audrey Monteiro, 43, estar cada dia em um local diferente é o ideal. Ela, que trabalha como freelancer desde 2007, vive na estrada produzindo eventos em diferentes cidades e estados. “Meu trabalho é dinâmico, agitado, sem paradas. Estresse e satisfação se misturam com facilidade”.
Ela destaca que a maior parte dos empregos fixos não a atraem. “Não sei se me acostumaria com uma vida corporativa normal. São muitos dias por ano em um escritório com as mesmas pessoas e o mesmo tipo de trabalho. Gosto de conhecer gente nova o tempo todo, de diversos segmentos. Além disso, ganho mais com freela do que com os fixos”, frisa Audrey.
Complemento
A possibilidade de ter um salário maior no fim do mês também é um atrativo para a microempresária Ana Cristina Vieira, 35. “Tenho um brechó, mas ainda não tenho retorno financeiro suficiente, então faço freelas para complementar a renda. Desde os 18 anos, faço recepção de eventos, divulgação, figuração etc. Gosto deste trabalho, pois tem uma gama de funções. Se tiver vários no mês, dá para tirar um dinheiro maior do que ganharia em um emprego”, diz.
Instabilidade
Apesar dos vários atrativos, fazer planos em longo prazo é uma dificuldade para os freelancers. “Não posso gozar férias, encontro dificuldades em conciliar o tempo do serviço com o lazer, e a projeção financeira é sempre instável, pois não há regularidade na entrada de serviços”, comenta Sete.
Audrey também destaca como pontos negativos a eventual falta de pagamento do contratante e “os empecilhos para entrar em um financiamento por conta do medo da crise e da falta de trabalho”, diz.
Matéria retirada do site:
Link encurtado: http://adf.ly/1XxB3r/diversos-temas
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