Encontro vai acontecer na semana que vem, em Cuba.
É o 1º encontro dos líderes católico e ortodoxo após o 'Cisma do Oriente'.
Da AFP
Em imagem de arquivo, o presidente russo, Vladimir Putin, beija Kirill, patriarca de Moscou, na catedral de Cristo Salvador, em Moscou. (Foto: REUTERS/Maxim Shemetov)
O papa Francisco se reunirá na próxima sexta-feira (12), em Cuba com o patriarca de Moscou, Kirill I, o primeiro da história entre os dois líderes religiosos.
"O encontro será realizado em Cuba, onde o papa fará escala antes de sua viagem ao México, e onde o patriarca estará na visita oficial", anunciou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
"Este encontro dos primados da Igreja católica e da Igreja ortodoxa russa, preparado há algum tempo, será o primeiro na história e marcará uma etapa importante nas relações entre as igrejas", afirma o Vaticano em um comunicado conjunto da Santa Sé e do patriarcado de Moscou.
O pontífice e o líder da Igreja ortodoxa russa terão "um encontro pessoal no aeroporto internacional José Martí de Havana, que concluirá com a assinatura de uma declaração comum", informou Lombardi.
Desde 1054, data das excomunhões mútuas e do maior cisma da cristandade, nenhum pontífice e patriarca de Moscou - as duas igrejas cristãs mais importantes do mundo - haviam se encontrado.
Os dois líderes religiosos acertaram o encontro na América Latina, já que Kirill foi convidado pelo presidente cubano Raúl Castro a visitar a ilha e o Papa tem programada uma viagem ao México de 12 a 17 de fevereiro.
O encontro, segundo Lombardi, terá como mediador o presidente anfitrião.
"Trata-se de um sinal de esperança", conclui o comunicado do Vaticano, que convida "todos os cristãos a rezar com fervor para que Deus abençoe esse encontro, para que dê bons frutos".
Papa Francisco em imagem de arquivo (Foto: Andrew Medichini / AFP)
Encontro esperado
Há anos se falava de um encontro entre o pontífice e o patriarca de Moscou, líder de dois terços dos 200 milhões de ortodoxos no mundo.
Após a eleição do papa argentino, em março de 2013, aumentaram as esperanças, principalmente depois que, em novembro de 2014, Francisco comentou com a imprensa durante um voo de regresso da Turquia sobre sua vontade de se reunir com o líder ortodoxo.
"Disse a ele: vou aonde você disser. É só me chamar que eu vou. Ele também tem este desejo", assegurou na ocasião.
O Papa considera prioritária a aproximação entre religiões, em particular com as cristãs, muitas das quais estão lutando no Oriente Médio contra o radicalismo islâmico.
Há dez dias, o bispo de Roma anunciou de forma inesperada que em outubro visitará a Suécia para participar na cerimônia por ocasião dos 500 anos da ruptura entre Martinho Lutero e a Igreja católica, um gesto histórico de reconciliação com os protestantes.
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