Categoria está com as atividades paralisadas desde o dia 25 de abri, no PR.
Governo oferece reajuste de 5%, enquanto grevistas pedem 8,17%.
Thais Kaniak
Do G1 PR
Professores e funcionários das escolas estaduais do Paraná fazem vigília em frente à Secretaria da Fazenda, em Curitiba, desde a noite de terça-feira (19) (Foto: Diogo Côrtes de Camargo / RPC)
Professores e funcionários das escolas da rede pública estadual, em greve desde o dia 25 de abril, estão em vigília em frente à Secretaria da Fazenda do Paraná, desde a noite de terça-feira (19). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), a categoria vai permanecer no local até que uma solução seja apresentada. A secretaria fica na Avenida Vicente Machado, no Centro de Curitiba.
“A mesa de negociação de ontem não foi negociação, foi apenas para o governo informar que não vai arredar o pé do índice [de reajuste] de 5%. Queremos que cumpra a lei, que é de 8,17%. Enquanto isso não acontecer, não podemos sair de lá”, afirmou a secretária de funcionários da APP-Sindicato Nádia Brixner ao G1 nesta quarta (20).
Segundo o sindicato, cerca de 300 pessoas participam da vigília e há manifestantes acampados. Até a publicação desta matéria, a Polícia Militar (PM) não soube informar o número de pessoas que estão no local.
Categoria está em greve desde o dia 25 de abril. Esta é a segunda paralisação em 2015. (Foto: Diogo Côrtes de Camargo / RPC)
Na terça-feira, professores e outros servidores fizeram um ato na capital paranaense contra o governador Beto Richa (PSDB). Além disso, representantes do sindicato e da administração estadual se reuniram na Casa Civil. O encontro acabou, mais uma vez, sem acordo, já que a categoria pede aumento de 8,17% por conta da reposição da inflação e o governo, desde a semana passada, afirma que não dará um reajuste maior do que 5%, encerrando a negociação.
O governo diz que não tem como pagar mais do que o valor proposto. Com a greve, cerca de um milhão de alunos estão sem aula. Esta é a segunda paralisação dos professores e funcionários das escolas estaduais neste ano.
Nádia contou que ela e outros representantes do sindicato, como o presidente, o professor Hermes Leão, participam de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na manhã desta quarta para debater as finanças do estado com os deputados. “Nós entendemos que o governo tem sim recursos para cumprir a lei, que é a data-base”, disse.
Secretaria da Fazenda, onde os professores e funcionários fazem vigília, fica no Centro de Curitiba (Foto: Diogo Côrtes de Camargo / RPC)
Alep
Durante a tarde de terça, parte do grupo de manifestantes, que pela manhã saiu nas ruas de Curitiba em protesto contra Beto Richa, lotou as galerias da Assembleia Legislativa para acompanhar a sessão. Os servidores pediram a saída do governador, vaiaram deputados da base do governo e aplaudiram os dicursos da oposição. As manifestações fizeram com o que o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB) encerrasse a sessão.
A Ordem do Dia da Assembleia previa a apreciação de cinco itens. O projeto de reajuste de 5% para os servidores, que gerou os protestos, ainda não foi enviado à Casa.
Greve
O estopim desta segunda greve foi um projeto de lei que alterou a gestão dos recursos da previdência estadual. O texto foi aprovado pelos deputados e sancionado pelo governador.
Durante a votação do projeto na Alep, no dia 29 de abril, policiais militares e manifestantesentraram em confronto na praça Nossa Senhora de Salete, em frente à Casa. Mais de 200 pessoas ficaram feridas.
Governo estuda impacto
O Governo do Paraná anunciou, na segunda-feira (18), que ainda estuda o impacto financeiro do reajuste, fixado em 5%, antes de encaminhá-lo para apreciação dos parlamentares. Em nota, o governo disse que o estudo deveria ser concluído nos próximos dias.
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