Idiana Tomazelli
Rio de Janeiro
O menor dinamismo da produção industrial levou o emprego na atividade, em março, ao menor patamar de toda a série histórica, iniciada em dezembro de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O quadro é mais desfavorável até do que durante a crise de 2008/2009, quando a queda brusca na produção havia deixado os trabalhadores na indústria na pior situação até então.
"A produção precisa de uma sequência consistente de taxas negativas para impactar o emprego, o que vemos agora", explicou Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE.
Em março, o emprego na indústria recuou 5,1% ante março de 2014, o recuo mais intenso desde outubro de 2009 e o 42º consecutivo neste tipo de confronto. São três anos e meio de retração no número de postos de trabalho. A produção, por sua vez, acumulou em março a 13ª queda seguida ante igual mês do ano anterior, algo inédito na série.
"A sequência de queda na produção, ainda que (a taxa seja) menos intensa, faz com que o emprego esteja pior hoje. Os empresários não vislumbram expectativa de recuperação da produção no curto prazo. Com isso, queda do emprego se perpetua", explicou Lobo.
A redução no contingente de trabalhadores vem afetando o número de horas pagas e o valor real da folha de pagamento, que também colecionam recuos. O número de horas cai há 22 meses e atingiu em março o menor nível da série, iniciada em dezembro de 2000. Enquanto isso, o valor da folha diminui há dez meses, sempre na comparação com igual período do ano anterior.
AE
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