Um dos pilares da governabilidade de Dilma, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está mais isolado. Apesar de ter sido montado nesta segunda feira (25) todo um cenário para fortalecer o ministro, e o mercado ter reagido positivamente a esse esforço, ficaram dúvidas sobre a convicção do governo a respeito do ajuste fiscal severo, como defende Levy. O ex-presidente Lula, que foi um dos defensores da ida de Joaquim Levy para o governo, tende agora a apoiar as teses mais moderadas do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Segundo o Blog apurou, há duas linhas hoje no governo. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defende um ajuste das contas governamentais pelo corte de despesas. De outro lado, defendem o aumento de impostos, Lula, Nelson Barbosa, o senador Lindbergh Farias (RJ) – porta voz da rebelião do próprio PT –, e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante.
Para essa parte do governo, a situação das contas públicas não seria tão grave assim, e deverá melhorar no segundo semestre. Mas isto não é o que pensa o ministro da Fazenda, que abordou esta questão com interlocutores no fim de semana. Levy acredita que a situação no segundo semestre tende a piorar se não houver um ajuste fiscal na direção correta, especialmente no caso de o Brasil perder o grau de investimento dado pelas agências de avaliação de risco.
O risco esta semana é, na prática, o desmonte do ajuste fiscal na votação do Senado. Neste cenário, as MPs seriam aprovadas, mas tão alteradas que não representariam o ganho necessário e embutiriam alguns perigos.
O que mais preocupa Levy é a aprovação da mudança da forma de cálculo do tempo para aposentadoria, o chamado fator previdenciário. Apesar do esforço desta segunda-feira, quem acompanha a intimidade do poder em Brasília avalia que, em um governo vacilante, a forma do ajuste fiscal facilita a alteração de pontos fundamentais no Congresso Nacional.
Texto retirado do site: http://g1.globo.com/politica/blog/matheus-leitao/1.html
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